Fez a cabeça pra semana inteira
Perdeu a hora pro trabalho e acordou na quinta-feira
E fez a barba sem nem levantar da mesa
Cada segundo custa caro
No país da globeleza
Entrou no jogo
E foi levando a vida esmo
No fim do dia o olho pesa e o corpo esfria
E volta tudo pro começo
E agora a vida é sempre a mesma, sem beleza
Aceitou o pacto e foi trabalhar
Cheio de certeza e frieza
Só não vê que sem gravata é fácil respirar
Chegou em casa e viu sumir o dia
Tentou fugir do conhecido desespero
E fez do copo companhia
Se fez no jogo e agora já nem tem mais rosto
Perdeu a calma, a alma, fez a mala e foi jogar de novo
E não tem volta, não tem voz, virou esboço
Cronicamente obediente, ele chegou
E agora a vida é sempre a mesma, sem beleza
Aceitou o pacto e foi trabalhar
Cheio de certeza e frieza
Só não vê que sem gravata é fácil respirar
Sempre com tristeza pra aceitar a mesa
Embora agora a vida é mesmo trabalhar
Já não vê frieza, nem poder, nem mesa agora
O jogo é simplesmente um mal estar
E agora a vida é sempre a mesma, sem beleza
Aceitou o pacto e foi trabalhar
Cheio de certeza e frieza
Só não vê que sem gravata é fácil respirar